
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector
"O eu que Clarice Lispector persegue não é um que se encontra trancafiado em
sua individualidade, e, sim, um eu que se abre em possibilidades de dialogar como o
outro, que se dispersa e se metamorfoseia. Interessa-lhe investir no que se abriga na
caverna, no interior de cada um, justamente, por suspeitar da inexistência de uma
identidade pronta e definida, concebendo-a como algo que se instala fragilmente,
num ritmo de movência, de espraiamento que se constrói e se desconstrói a cada
instante-já, deixando vislumbrar um eu despedaçado e em fragmentação".
Escrito por Fernanda de Souza Teixeira em seu trabalho sobre:A FRAGMENTAÇÃO DO EU, uma leitura delicada sobre a obra Clarice Lispector.